Lin Yu Ting vence a turca Esra Yildiz Kahraman e se classifica para a final dos 57kg, enquanto a adversária protesta com sinal de X
A boxeadora taiwanesa Lin Yu Ting garantiu sua vaga na final dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Ela venceu a turca Esra Yildiz Kahraman por decisão unânime (5-0) nas semifinais da categoria até 57kg. No entanto, o protesto da adversária ofuscou a vitória de Lin, levantando mais uma vez a polêmica envolvendo as pugilistas.
Lin Yu Ting demonstrou domínio durante a luta, vencendo os três rounds de forma convincente. Apesar do cumprimento entre as duas atletas após o combate, Esra Yildiz Kahraman fez um sinal de X ao deixar o ringue, indicando que possui cromossomos XX e sugerindo que sua adversária, Lin, teria cromossomos XY, uma combinação típica do sexo masculino. Essas alegações, no entanto, não são comprovadas. Lin e outras atletas, como Imane Khelif, que também avançou para a final na categoria até 66kg, estão envolvidas em uma polêmica semelhante.
Polêmica e protestos
O embate em Paris surge após a desclassificação de Lin e Khelif no Mundial Amador de Boxe de 2023, promovido pela Associação Internacional de Boxe (IBA), por não passarem em testes de gênero. A IBA, banida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2023 devido a questões de corrupção e falta de transparência, não organiza mais torneios olímpicos de boxe. Apesar disso, o COI decidiu permitir a participação das pugilistas, gerando debates e críticas.
Durante a coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (5 de agosto), o presidente da IBA, Umar Kremlev, alegou que os níveis de testosterona das pugilistas eram “muito altos” e que os testes indicavam que eram homens. No entanto, o COI reafirmou que Lin e Khelif foram aprovadas segundo os critérios médicos olímpicos, afirmando que são mulheres e que não se trata de casos de atletas transgênero.
Entenda o caso
A polêmica envolvendo Lin e Khelif reflete um debate mais amplo sobre a elegibilidade e os critérios de classificação para atletas femininas. A IBA, que continua contestando a decisão do COI, não apresentou evidências concretas, e as alegações sobre cromossomos e níveis hormonais permanecem em debate. Níveis elevados de testosterona em mulheres podem surgir devido a condições médicas. Além disso, anomalias cromossômicas, como a síndrome de Swyer, podem resultar em indivíduos com genitais femininas, mas que são inférteis.
Enquanto o COI e a Paris Boxing Unit seguem com as competições, a polêmica sobre as regras e critérios médicos continua influenciando o cenário olímpico.
Foto Destaque: Lin Yu Ting acerta golpe em Esra Yildiz Kahraman durante a semifinal olímpica de boxe e avança a decisão. Reprodução/Instagram: @boxing_ting